17/01/2010

RUDRA - O SER SUPREMO

Todos os seres vivos pertencem à família do Ser Supremo, Rudra. Onde há um Pai Supremo, como pode haver diferentes castas e credos? Vocês são todos iguais; nenhum é inferior e nenhum é superior. Aqueles que criam distinções são inimigos da sociedade humana. Fundamentalmente, vocês são todos um e, apenas aparentemente, vocês são muitos. Rudra é a substancia final de todos os seres.
Porque chamar o Ser Supremo de Rudra? A palavra Rudra em sânscrito significa “choro”. Mas o Ser Supremo não faz apenas todos chorarem, Ele também faz rir! Em ambas as circunstâncias, ou seja, de extrema dor e prazer, há lágrimas nos olhos. Na dor, as lágrimas vêm do meio dos olhos, no prazer vêm do canto dos olhos. A mãe chora quando sua filha vai para a casa dos sogros. No caso ela chora de dor, no outro de alegria. Se os seres vivos estivessem sempre no mesmo estado, haveria extrema monotonia e ninguém gostaria de continuar a viver. Se num drama soubermos o fim logo no começo, não haverá interesse na peça. Precisamos de suspense, altos e baixos, grandes surpresas no último momento para manter a vida interessante. Deus, isto é, Rudra é um dramaturgo de primeira classe. Ele mantém a vida flutuando entre dois extremos de prazer e dor; assim sua Liila, seu jogo, prossegue.

Nós rezamos a Rudra da seguinte maneira: "Oh Senhor! Leva-me do transitório para o Eterno! Todas as formas são momentâneas; apenas Deus é imutável, sat, verdade. Portanto, leva-me do asat, o transitório, para Sat, a Verdade.
“Oh Senhor! Guia-nos da escuridão para a Luz”! Escuridão, aqui, significa Máyá ou ignorância que cria confusão sobre realidade. Quando esta máyá é removida, a alma individual se torna Alma Universal.
“Oh Senhor! Leva-me de uma morte para uma Vida! Morte simplismente significa mudança. Neste universo criado tudo mudará e tudo está mudando. Assim, tudo, todos os seres estão sujeitos a morte. Salva-me deste reino da morte e faze-me um imutável absoluto, que é a própria imortalidade.”
“Oh Senhor Rudra, Tu estás manifesto em todas as coisas e formas, quero sentir tua presença em meu coração!”
Os Sadhakas (aspirantes espirituais) conseguirão este sentimento com um pequeno esforço. Vocês completarão sua missão aqui nesta vida, para que todos nós possamos começar outra missão em alguns outros planetas!
Rudra é Guru (aquele que tira da escuridão) pai e professor, tudo reunindo num só.
Rudra é descrito como tendo cinco faces. O que isto significa? Rudra é um, mas tem cinco tipos de funções administrativas. Todos tem sua tarefa. O Ser supremo também, tendo se manifestado na relatividade, tem Suas tarefas. Ele trabalha arduamente por seus seres mundanos, que são seus filhos.
A face extrema direita é chamada Dak'sineshvara. Seu papel é dizer aos seres humanos, “Por favor, meu filho, não faça isto – eu sofrerei se você fizer isto”. Isso é um aviso gentil para prevenir um mal.
A face da extrema esquerda é chamada Vámdev. Ela diz: “Porque você fez isso? Eu o esmagarei”. Efetivamente , Ela pune e destrói.
A face seguinte da estrema direita, é o Iishana. É uma censura meiga e não ameaçadora. Ela diz:”Não faça isso, você pode ser punido por isso.”
A face seguinte da extrema esquerda, é Kálágni. Ela ameaça, severamente, mas não pune na realidade.
No meio está a face da extrema serenidade e beleza. É chamada Kályán Sundaram. Suponha que haja uma criança de 3 a 4 meses. Os pais olham para ela com grande afeição. Não hás desejo algum de punir. Esta face central de Rudra é Sua natureza permanente. É a qualidade de graça e beleza que é a única característica e propriedade de Rudra que permanece. Mudanças para a direita ou para a esquerda são devidas apenas a requisitos administrativos.
Os devotos rogam a Rudra: “Oh Senhor, olhe carinhosamente para mim, com sua face de extrema direita, para que eu possa me prevenir contra o mal e assim evitar o castigo!”
Mas Deus é um e sempre cheio de graça e carinho. O conceito de Deus e demônio coexistentes não é lógico nem prático. Não pode haver dois poderes rivais lutando contra a superioridade. Os aspectos destrutivos de Deus são também devidos a Sua extrema bondade em relação a sua criação.Quando uma camisa esta rasgada e você a troca por uma nova, não é um ato de crueldade. Deus criou este universo, o mantém e vai destruindo suas partes inúteis ou trocando-as por novas. Rudra, sendo o poder rival deste Universo, também tem responsabilidade de proteger, manter e controlá-lo. Poder e responsabilidade deviam ir de mãos dadas.
Quando Ele encontra uma determinada estrutura, incapaz de executar bem sua parte, Ele se despoja dela por outra. É como o organizador de um show de marionetes, trocando um de seus bonecos. Assim, em Seu aspecto de destruidor, também Deus não deve ser temido. Ele deve ser apenas amado.
Não haverá nenhuma destruição final desta criação. Mas suponha que isto fosse acontecer; mesmo então, seres humanos não precisariam temer, pois eles permaneceriam no regaço de Rudra, mesmo naquele estado. Assim, ninguém deve se sentir amedrontado. A palavra “medo “ deveria ser removida do dicionário da humanidade.
Não pense que porque você é pequeno ou porque não recebeu educação, Deus não o atenderá. Ele concede a mesma medida de cuidado ao maior elefante assim como à menor formiga. Para Ele, ambos são um e iguais: Seus filhos. Se ninguém mais pensa em você, não se preocupe, Rudra pensará em você.
Quanto mais você penetra em sua mente, mais próximo você esta de Rudra. Finalmente, quando sua mente se absorve em suas origens, você é um com Rudra, você tem possibilidades imensas; o Ser Supremo, o Poder Supremo está acessível a você. Então porque temer quem quer que seja?
A parte mais doce de Liila - o jogo de Deus – é que Ele está escondido em todos e todos estão a Sua procura. Ele quer que Seus filhos o procurem e brinca de esconde esconde com eles. Isto acontece de forma que eles possam executar certas funções essenciais no processo.Isso dá interesse e prazer a ambos, Criador e Criatura.
Assim, todos as coisas são idênticas. Não há distinção devida a sexo, idade ou qualquer coisa. Homens e mulheres, jovens e velhos, todos são atores com diferentes papeis no drama deste universo. Suas formas diferem, mas sua substância e seu propósito são únicos. Deus é masculino , feminino, criança, jovem e velho.

Deus tem Suas faces em todas as direções. Nada pode se esconder Dele. Ele tanto vê nossas ações internas como externas. Não odeie os que são pequenos. Você não tem o direito de odiar ninguém.
Não tenha medo da natureza também. O trovão e o turbilhão dos oceanos escondem Sua doce música dentro de seus aparentes sons medonhos. Não tema ninguém e não odeie ninguém. Todos são Um. Esta forma Universal de Deus, Unidade em tudo – você estará apto a ver na própria vida. Lute, vá em frente fazendo sadhana intensivamente, você terá sucesso.
Movimento é vida.Quando este é em direção a Deus – o Sutil, o Todo em Um - é progresso, de outra forma é degradação. No momento em que nasce um homem, ele começa sua jornada. O fim de sua jornada é a morte. A distância entre eles é a vida. É uma distancia pequena. Não perca tempo. Cada minuto o aproxima mais da sepultura. Não há tempo a perder. A missão da vida – ser um com Deus – tem que ser cumprida aqui e agora.
A mente também se move e muda, mas não tem relação com este corpo e sua sepultura. Os corpos são abandonados sucessivamente, mas a mente permanece sempre a mesma unidade contínua.
Toda a criação está dançando ao redor de paramapurus'a, saiba-se disso ou não. Os passos e a direção desta dança são de acordo com a natureza de cada um. Os que estão se degradando estão dançando para longe D'Ele. As outros estão se expandindo e se movendo em direção a Ele. Esta dança é o ciclo de Brahma (Brahmacakra).
Toda a mente é dominada por algum desejo particular. Alguns rogam a Deus:”Por favor, faze passar minha dor de estomago”. Outros dizem: “Se minhas filhas se casarem, eu deixarei este mundo e irei para Ti.” Deus sorri ante estas súplicas em silêncio, como se o gargalhar abertamente embaraçasse Seus filhos.
Todo o corpo e toda a mente são estruturados de acordo com seu desejo dominante. Você pode reconhecer um homem bom por sua fisionomia. Pessoas com o mesmo desejo dominante facilmente se tornam amigas, mesmo que ela pertençam a diferentes partes do mundo.
Esta dança dos indivíduos de acordo com seus desejos é rasaliila, ou brinquedo das ondas no Oceano de Deus. Como um bote sobe e desce em uma onde, assim os seres humanos também sobem e descem nas ondas cósmicas de seus desejos. Enquanto o indivíduo se considera separado do Senhor, esta dança dual continua. Quando o indivíduo conhece o Ser supremo, o ritmo muda e se torna suave e gracioso.
Mas vir a conhece-Lo é só possível através de Sua graça. Conhecimento intelectual não o levará Para Deus. O devoto sempre vencerá quando houver um conflito com um erudito. As escrituras são como o creme que é batido pelos estudiosos – enquanto eles analisam a manteiga e o soro do leite, a manteiga é comida pelos devotos e apenas o soro do leite rançoso é deixado para os estudiosos.
Como conseguir esta amabilidade, esta graça de Deus? Você tem que arrebatá-la D'Ele, assim como uma criança pequena que chora amargamente arrebata o amor e a atenção de sua mãe, ainda que ela, inicialmente, não queira deixar a cozinha para ir ter com a criança.
Mas os devotos sempre imploram a Deus. Eles justificam Suas ações. Eles dizem: "estamos fazendo nossa sadhana não para ter prazer, mas para agradar o Senhor.” Ele se sente feliz quando vê Sua criação esforçando-se para encontrá-Lo.
A graça de Deus está sempre chovendo sobre nós, mas nós conservamos os guarda-chuvas de nossos egos abertos e, assim, não nos encharcamos nela. Os devotos, entretanto, furam este ego, entregam-se a Ele e assim conseguem sua graça.
Já que todos os seres vieram de Rudra, Ele também é seu Objetivo final; fundir-se com Deus é tão natural como nascer. Os sádhakas certamente o conseguirão. Prossigam fazendo sua parte. Eu farei a minha e os ajudarei a se estabelecerem no Supremo. Eu vim a Terra por este motivo.
Se alguém quiser lhes colocar um complexo de inferioridade, não sejam afetados. Vocês são filhos de Deus; não são inferiores a ninguém. Esforcem-se para encontrá-Lo e o sucesso certamente será seu.
A vitória é sua. Vocês são os queridos de Deus. Avancem e atinjam o Objetivo.

A Graça de Bábá - Shrii Shrii Ánandamúrtijii

04/01/2010

Chakras - Parte 3

Chakras - Parte 2

Chakras - Parte 1

PLEXOS E MICROVITA

O mundo está se movendo rapidamente da fisicalidade para intelectualidade. Certamente chegará o dia em que a intelectualidade será transformada em espiritualidade. Assim como a era intelectual está se aproximando rapidamente, a era espiritual também surgirá num futuro muito próximo.

Existem três tipos de seres. Primeiramente, temos os seres físicos, como os cachorros. Se você chamar um cachorro por um nome ofensivo, ele permanecerá indiferente. Em segundo lugar estão os seres psíquicos, tais como os seres humanos. Se você insultar uma pessoa ela ficará zangada, podendo até mesmo vir a chorar ou cometer suicídio. O terceiro tipo diz respeito aos seres espirituais. Chegará o dia em que haverá também muitos seres espirituais nesta Terra.

Para o progresso espiritual, as práticas são essenciais, e nas práticas espirituais o papel dos cakras (plexos) é imenso. Na verdade, os aspectos mais importantes da prática espiritual são cakra shodhana e cakra niyantran’a [purificação e controle dos cakras, respectivamente].

O que é um cakra? É uma agrupamento de glândulas e subglândulas, sendo que a localização dessas glândulas e subglândulas difere de animal para animal. Nos seres humanos, os cakras estão situados nos pontos de interseção de id’á, sus’umná e pingalá [canais psicoespirituais]. Na mente humana, vários pensamentos estão emergindo e se dissolvendo constantemente. Por trás destes fenômenos psíquicos existem os vrttis sedimentados [propensões] que estão primariamente relacionados com os sam’skáras inatos [reações mentais acumuladas] dos seres humanos. As propensões são formadas de acordo com os sam’skáras inatos da pessoa, e a expressão e o controle dessas propensões dependem dos vários cakras. As cinqüenta propensões principais da mente humana são expressas internamente ou externamente através da expressão vibracional desses cakras. Essas vibrações fazem com que os hormônios sejam secretados pelas glândulas, e a expressão, natural ou antinatural, das propensões depende do grau de secreção, normal ou anormal, dos hormônios. Enquanto houver propensões para serem expressas, nós dizemos que a mente humana estará viva, porque a mente existe enquanto existirem propensões. Quando as propensões forem destruídas, a mente humana perderá a sua existência.

Os nomes dos diferentes plexos no corpo humano e suas correspondentes mandalas estão descritos a seguir:

Plexo Terreno (múládhára cakra) – bhaoma mandala
Plexo Fluídico (svádhis’t’hána cakra) – tarala mandala
Plexo Ígneo (man’ipura cakra) – agni mandala
Plexo Solar (anáhata cakra) – saora mandala
Plexo Sideral (vishuddha cakra) – naks’attra mandala
Plexo Lunar (ájiná cakra) – shashi mandala/candra mandala (*)

*N.E.: Com exceção da lista de propensões descritas adiante, as informações deste capítulo foram extraídas das notas compiladas do autor, denominadas "Seminar Training Classes", de 10-12 Janeiro-1989. Entretanto, a nomenclatura dos plexos (cakras) e das madalas que consta na referida lista e em todo o capítulo segue as informações encontradas nos discursos Biopsicologia e Sob a proteção do Guru.

A palavra sânscrita man’d’ala (no português, escreve-se mandala) significa círculo. A glândula tireóide é chamada Brhaspati Granthi, em sânscrito. A palavra latina equivalente para Brhaspati é “Júpiter”. “Hormônio” é granthirasa em sânscrito; a glândula paratireóide é Brhaspati Upagranthi; a glândula pituitária é Maháyoginii Granthi; e a glândula pineal é Sahasrára Granthi.

Os cakras contêm várias glândulas e subglândulas, ou seja, os pontos de localização das diferentes propensões, cada uma com sua própria raiz acústica.

O plexo terreno ou Múládhára Cakra:

1. Dharma [desejo psicoespiritual) va
2. Artha [desejo psíquico] sha
3. Káma [desejo físico] s’a
4. Moks’a [desejo espiritual] sa

O plexo fluídico ou svádhis't'hána cakra:

1. Avajiná [desprezo pelos outros] ba
2. Múrcchá [torpor mental, falta de bom senso] bha
3. Prashraya [auto-indulgência] ma
4. Avishvása [falta de confiança] ya
5. Sarvanásha [desânimo] ra
6. Kruratá [crueldade] la

O plexo ígneo ou man’ipura cakra:
1.Lajjá [timidez, vergonha] d’a
2.Pishunatá [tendência sádica] d’ha
3.Iirs’á [inveja] n’a
4.Sus’upti [estaticidade, inércia] ta
5.Vis’áda [melancolia] tha
6.Kas’áya [irritação, mau humor] da
7.Trs’n’á [ânsia de adquirir] dha
8.Moha [atração cega, paixão] na
9.Ghrn’á [ódio, repulsa] pa
10.Bhaya [medo] pha

No plexo ígneo ou man’ipura cakra existe acumulação máxima de calor. Este é o ponto que abriga calor, sendo conhecido como agnyáshaya em sânscrito. Também é conhecido como maháshayá, que significa “abrigo da grandeza”, porque este é o centro do corpo. O plexo ígneo ou agni mandala contém dez glândulas e subglândulas do man’ipura cakra. A área da mandala é maior do que a do cakra.

Quando uma pessoa morre e é cremada, ocorre com certa freqüência o fato de o umbigo não ser completamente incinerado. Por isso, é uma prática comum na Índia as pessoas atirarem os restos mortais num rio. A temperatura para incinerar a região do umbigo é maior do que a temperatura gerada por uma pira funerária comum. O umbigo só será completamente destruído se o corpo for mantido no fogo por um longo período de tempo e se for cremado com enorme calor.

O plexo solar ou anáhata cakra:

1. Áshá [esperança] ka
2. Cintá [preocupação] kha
3. Ces’t’á [esforço, empenho] ga
4. Mamatá [amor, desprendimento] gha
5. Dambha [arrogância, vaidade] una
6. Viveka [discernimento, consciência] ca
7. Vikalatá [embotamento mental pelo medo] cha
8. Aham’kára [ego] ja
9. Lolatá [avareza] jha
10. Kapat’atá, [hipocrisia] ina
11. Vitarka [argumentação extrema e exagerada] t’a
12. Anutápa [arrependimento] t’ha

O anáhata cakra está contido na saora mandala e está conectado com o sistema respiratório. Quando uma pessoa sofre de falta de esperança, ela pode até mesmo sentir uma dor no peito; isto ocorre no plexo solar e nenhuma outra parte do corpo.

Os corpos celestiais são objetos brilhantes no céu. Estrelas, naks’attras, planetas, satélites, meteoros, cometas, nebulosas e galáxias são todos corpos celestiais. Naks’attras são também estrelas, distantes muitos anos-luz de nosso sistema solar. Naks’a significa “cintilação”; aquilo que nos ajuda com sua potencialidade de cintilação é chamado de naks’attra. As naks’attras influenciam o plexo solar do corpo humano, mas não influenciam todos os corpos.

A luz original das estrelas, a luz refletida e refratada de planetas, satélites e meteoros, e a luz das galáxias e nebulosas refletem em todas a glândulas e sub-glândulas do corpo, especialmente no anáhata cakra. A placa refletora do anáhata cakra é um pouco maior do que o próprio anáhata cakra. Essa área mais extensa, que contém o anáhata cakra, é chamada de “plexo solar”, o “plexo de Apolo”, o saora mandala.

Não somente a luz é refletida ou refratada aqui, mas também os microvita, que se movem juntamente com os raios luminosos, afetam o corpo e as doze subglândulas deste cakra. Os microvita positivos e negativos se movem por meio desses mecanismos. Quais são os meios que os microvita utilizam para a se movimentar, para se manter, para se fixar, para sobreviver? Tanmátras – inferências e idéias.

O plexo solar está situado um pouco acima do plexo ígneo, então, os microvita positivos são mais dominantes aqui do que os microvita negativos. O plexo ígneo é mutatório; e o plexo solar, sutil. Então, onde se localiza o estático? É abaixo do plexo ígneo – nos plexos terreno e fluídico. Pessoas com boa índole, os aspirantes espirituais [sádhakas], absorvem mais microvita positivos do que pessoas não-espirituais, então, todas as suas propensões se movem com vitalidade positiva. Por conseguinte, num sádhaka espiritual, todas as propensões positivas do anáhata cakra são positivamente fortalecidas. Isto se denomina maximização psicopanorâmica sutil. Se uma pessoa se move em direção à matéria densa, haverá minimização psícopanorâmica estática. Quando este conhecimento for adquirido por um amplo número de pessoas neste mundo, juntas elas absorverão mais microvita positivos. Fazendo assim, elas se beneficiarão individualmente, e ao mesmo tempo o mundo inteiro também será beneficiado.

Muitas estrelas, planetas e corpos celestiais estão influenciando o seu plexo solar. Você não pode permanecer alheio a essa influência que ocorre no seu plexo solar. Ninguém pode viver em solidão. Os ermitãos, que viviam em cavernas nos Himalaias nas eras antigas e medievais, deveriam ter vivido socialmente e servido à sociedade. Eles falharam em fazê-lo porque foram guiados por um tipo de dogma enganador.

As pessoas deveriam praticar um culto espiritual para fortalecer os microvita positivos e enfraquecer a influência dos microvita negativos. Os habilitantes da Alemanha, chamados sharmaniya bhumi em sânscrito, também costumavam praticar esse culto espiritual. O termo germânico para “sol” é “sonne”.

Quando lágrimas surgem nos olhos pela graça espiritual e pela bem-aventurança espiritual resultante de muita prática espiritual, isto é chamado de ánandáshru, em sânscrito. Quando as lágrimas são lágrimas de luto e privação, isto é chamado shokáshru.

O plexo sideral ou vishuddha cakra:

1. S’ad’aja [som do pavão] a
2. Rs’abha [som do boi] á
3.Gándhára [som da cabra] i
4. Madhyama [som do veado] ii
5. Paincama [som do cuco] u
6. Dhaevata [som do burro] ú
7. Nis’áda [som do elefante]* r
8. Onm [raiz acústica da criação, preservação, dissolução] rr
9. Hummm [som da Kula Kun’d’alinii subindo] lr
10. Phat’ [prática, isto é, colocar em prática uma teoria] lrr
11. Vaos’at’ [expressão do conhecimento mundano] e
12. Vas’at’ [bem-estar na esfera sutil] ae
13. Sváhá [realizar ações nobres] o
14. Namah [entrega ao Supremo] ao
15. Vis’a [expressão repulsiva] am’
16. Amrta [expressão suave] ah

*Cada animal é controlado por uma característica dominante e se especializa em produzir um som distinto. Sete das raízes acústicas do Vishuddha Cakra correspondem aos sons produzidos por certos animais.

Do ponto abaixo da orelha esquerda até a parte inferior da orelha direita localiza-se o plexo sideral – a naks’attra mandala. O ponto controlador da naks’atra mandala está exatamente no centro. Geralmente, os microvita positivos entram em contato com o corpo humano através desse plexo.

Existem muitos corpos celestiais, e todos eles têm contato direto com as glândulas e subglândulas no corpo humano, projetando sua luz, que é refletida ou refratada. Mas a influência máxima sobre os objetos animados e inanimados vem do sol, que é a estrela maior e mais próxima da Terra. A influência do sol, de acordo com os antigos iogues e tântricos [aqueles que praticam meditação espiritual] ocorre geralmente através das dezoito ondas luminosas que influenciam os plexos sideral e lunar. Isto é, as sete cores do espectro solar (VIAVALV – violeta, índigo, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho) mais os raios ultravioleta e infravermelho exercem influência interna e externa. Assim, 7 + 2 = 9; 9 + 9 = 18. Dessas dezoito, duas ondas luminosas não vêm diretamente do sol, mas da lua; e as outras dezesseis vêm diretamente do sol. Cada uma tem sua própria raiz acústica.

Onde quer que exista qualquer entidade, qualquer movimento, qualquer atividade funcional, existe som, e este som é chamado de raiz acústica. Toda e qualquer expressão tem sua própria raiz acústica. A raiz acústica para todos os corpos celestes é o som ha. Ha é a raiz acústica para o espaço eterno. O som controlador é ha. A influência dessas ondas luminosas a partir do umbigo para baixo é ks’a – a última letra do alfabeto sânscrito.

Os microvitas usam essas inferências como mídia. Tanto os microvita amigos, quanto os microvita inimigos chegam através de dezesseis sons ao Vishuddha Cakra e controlam o corpo humano, tanto positiva quanto negativamente. O som controlador deste cakra é ha. Existem dezesseis subglândulas ao redor do Vishuddha Cakra.

O plexo lunar ou Ájiná Cakra:

1. Apará [conhecimento mundano] Ks’a
2. Pará [conhecimento espiritual] Ha

A área entre as extremidades dos olhos é a área do plexo lunar. A influência coletiva na parte superior do corpo humano e na área abaixo do umbigo é afetada pela luz refletida da lua. O lado direito do plexo lunar [do ponto de vista do aspirante espiritual] está relacionado com a influência externa da lua abaixo do umbigo, e sua raiz acústica é ks’a. O lado esquerdo está relacionado com as influências externas ou com a luz refletida da lua na parte superior do corpo, e sua raiz acústica é há. A raiz acústica da lua [ou seja, o Ájiná Cakra] é t’ha. É o ponto controlador da lua – o ponto controlador de há e k’sa. A área do plexo lunar é também chamada de shashi mandala. O deus do sol é “Apollo” em latim, e a palavra para lua é “luna”. Monday (segunda-feira, em inglês) é a forma compacta de “moon (lua) + day (dia)”.

Todos os planetas, meteoros, estrelas etc., de todos os sistemas solares, não somente de nosso sistema solar, afetam o indivíduo devido à luz diretamente refletida e refratada. Está além do âmbito da astrologia ou da astronomia calcular esse efeito no indivíduo. A astrologia lida somente com os planetas de nosso sistema solar e seus efeitos sobre as glândulas e as subglândulas. Mas esta teoria envolve todos os efeitos de todos os corpos celestiais sobre as glândulas e as subglândulas – não somente os corpos celestiais deste sistema solar, mas de todos os outros sistemas solares existentes, estrelas, planetas satélites, meteoros, nebulosas e galáxias. Então, esta teoria está além do alcance da astrologia e da astronomia. A astrologia e a astronomia consideram somente uma parte do efeito dos planetas sobre o destino, a sorte etc., mas esta teoria considera o efeito não somente dos raios diretos, mas também dos raios indiretos refletidos e refratados sobre as glândulas e as subglândulas. É quase impossível para a astrologia e a astronomia calcularem todos esses efeitos sobre as glândulas e as subglândulas. Portanto, esta é uma ciência completamente nova.



10 de janeiro de 1989, Calcutá. P. R. Sarkar

Quem sou eu ?