29/05/2011

ENTREGA


       O Senhor Krisna diz: “Minha Máyá, a força que cria confusões e distinções é muito poderosa; ela é insuperável pelas mentes individuais. Mas aqueles que se entregam a Mim transcendem essas minhas forças com Minha ajuda”.


       Se Máyá é mais poderosa que os seres individuais, permanecerão os filhos de Deus escravos dessa força para sempre? Não há esperança alguma? Essa situação não é apropriada nem a Deus nem a Seus Filhos.
       O segredo está na palavra “Minha”. “ Essa força cegante, Máyá, é Minha; eu a usei para o jogo de Minha criação. Sendo Minha, está dentro do Meu controle arrebata-la de todos ou de qualquer um”, diz o Senhor. “Por isso, aqueles que se entregam a Mim podem facilmente sobrepujar essa força.”
       Mas, Qual é a maneira correta para uma entrega? Oração? Pedir isso e aquilo a Deus? Ora, a responsabilidade pelo que você pede é sua – você pode pedir alguma coisa muito inferior, embora você se dirija ao Todo Poderoso para isso. A melhor oração é, portanto:” Ó Senhor! Fazes o que achares apropriado e melhor para mim. Eu não sei onde está o que me é adequando – Tu o sabes.”
       Havia um demônio que suplicava para não morrer nem durante o dia nem durante a noite.
Deus lhe concedeu isso e ele foi morto ao pôr do sol. Não seja tolo assim. Enquanto você estiver suplicando, você não está se entregando, pois você está pedindo alguma coisa para si mesmo.
       Deus pode remover Máyá de todos, de uma só vez. Ele tem poder para faze-lo. Mas isso acabará com toda Sua Liila ( jogo) e com esse drama da criação. Portanto, ele a remove de indivíduos e não de toda coletividade.
       Para o bem da sociedade humana, ossádhakas contarão também aos outros sobre o método dessa entrega e os farão homens e mulheres de Deus. O progresso individual depende do ambiente social também, e por isso, há necessidade de prácar ( propagação espiritual)
       Tanto a sádhana como o sucesso estão facilmente a seu alcance.
       O resultado já está assegurado por mim; eu os darei a vocês no momento apropriado. Não se preocupem com isso.
       Seja você pecador ou virtuoso, os que vêm ao Senhor são todos um para Ele. Ele não faz distinções. Todos serão libertados.
       Vocês todos são meus filhos e filhas queridos. Às vezes aparento ser severo para alguns. Mas isto é por amor. Se eu fosse indiferente, não haveria necessidade de repreensão ou castigo.
       Eu quero ver todos vocês rindo. Dá-me grande prazer vê-los rindo.
       Deixem todas as preocupações para mim.
       Sejam abençoados.   
  
             Shrii Shrii Ánandamúrtijii - A Graça do Senhor.

A história da encarnação do Senhor Krsna como o Senhor Nrsimhadeva é muito bela, e retrata fortemente o amor e proteção de Deus por seu devoto puro e sincero. Como Nrsimhadeva demostra Sua mais terrível ira a quem importuna e age de forma malevolente contra as entidades de bom coração e devoção amorosa, defendendo o Bhakta Prahlada de seu pai demoníaco, Hiranyakashipur. Por isso, o Senhor Nrsimhadeva é a encarnação de Krsna mais invocado pelo devoto quando se trata de proteção: seja espiritual ou material.

Aqui um resumo dessa história:

Hiranyaksa foi morto pela encarnação de Vishnu conhecida como Senhor Varaha. Conseqüentemente, seu irmão, Hiranyakasipu, o rei dos demônios, ficou muito determinado em se tornar o imperador do universo inteiro e se vingar da morte de seu irmão. Por causa de seu grande poder, ele executou muitas austeridades. Esta penitência foi tão severa que perturbou os semideuses. De fato, os semideuses pediram ao Senhor Brahma para pará-lo. O chefe dos semideuses, Senhor Brahma, assim descendeu para pacificá-lo concedendo-lhe uma benção de sua escolha.
"Por favor conceda-me que eu nunca seja morto por nenhuma entidade viva," pediu Hiranyakasipu, "que eu não morra dentro ou fora de nenhuma residência, durante o dia ou noite, nem no chão, nem no céu; que eu não seja morto por nenhuma criação sua, nem por nenhuma arma, nem por qualquer ser humano ou animal naturalmente, que eu não conheça a morte por nenhuma entidade, sendo móvel ou imóvel; que eu não tenha rival; que eu seja o único dominador sobre todas as entidades e deidades superintendentes, e que eu adquira todos os poderes místicos." Depois de Brahma ter concedido a ele todos esses pedidos, Hiranyakasipu muito rapidamente conquistou todos os planetas do universo, e tomou a residência no palácio do Senhor Indra, o rei dos semideuses, forçando-os a se curvar diante seus pés. Ele, ainda, roubava as oblações feitas aos semideuses. Intoxicado fisicamente pelo vinho e mentalmente pelo poder, Hiranyakasipu reinou o universo muito duramente. Durante esta época, sua rainha, Kayadhu, voltou ao palácio de seu esposo e deu a ele, um filho, Prahlada. Ele era o reservatório de todas as qualidades transcendentais pois era um devoto puro do Senhor Vishnu. Determinado a entender a Verdade Absoluta, ele tinha completo controle de todos seus sentidos e mente, ele era muito bondoso com todas as entidades vivas e o melhor amigo de todos. Para respeitáveis pessoas ele se comportava justamente como um servo pacífico, para os pobres ele era como um pai, e para o restante era sempre como um simpático irmão. Sempre muito humilde, ele considerava seus professores e mestres espirituais tão bons quanto o próprio Senhor. De fato, ele era completamente livre de orgulho e que mesmo tendo nascido no meio da riqueza, beleza, e aristocracia. Hiranyakasipu queria criar seu filho como um poderoso demônio, mas Prahlada somente queria aprender sobre serviço devocional ao Senhor Vishnu. Depois de Prahlada ter freqüentado a escola por algum tempo, Hiranyakasipu o tomou em seu colo e afetuosamente pediu, "Meu querido filho, por favor me diga qual seu assunto favorito na escola."
Sem medo, Prahlada disse, "Ouvir (sravanam) e cantar (kirtanam) os santos nomes, formas, qualidades, parafernália, e passatempos do Senhor Supremo; lembrando (smaranam) deles; servindo os pés de lótus do Senhor (pada-sevanam); oferecendo ao Senhor respeitosas reverências e adoração nos seus dezesseis tipos de parafernália (arcanam); oferecendo orações ao Senhor (vandanam); tornando-se Seu servo (dasyam); considerando o Senhor como o melhor amigo (sakhyam); e se rendendo a Ele (atma-nivedanam, em outras palavras, servindo-O com seu corpo, mente e palavras); estes nove processos são conhecidos como serviço devocional puro, e eu considero qualquer um que tenha se dedicado ao serviço ao Senhor Vishnu através desses nove métodos sendo a pessoa mais erudita, por ele ter adquirido conhecimento completo."
Cego de ódio, Hiranyakasipu lançou Prahlada do seu colo ao chão. "Servos! Leve-o daqui e mate de uma vez!" ele gritou. Porém, Prahlada sentou em silêncio e meditou na Personalidade de Deus, e as armas dos demônios não faziam efeito nele. Vendo isto, Hiranyakasipu ficou com medo e planejou diversos modos de matar seu filho. Seus servos lançaram Prahlada por baixo dos pés de um elefante; eles o lançaram no meio de temerosas e venenosas cobras; eles o lançaram muitos feitiços; eles o atiraram de um topo de montanha; eles deram veneno a ele; eles o deixaram com fome; eles o expuseram ao rígido frio, ventanias, fogo e água; eles atiraram fortes pedras para esmagá-lo. Hiranyakasipu então mandou sua irmã Holika queimá-lo, mas ela é quem foi queimada. Mas, apesar de tudo, Prahlada estava simplesmente absorto em pensar em Vishnu, e assim ele permaneceu são e salvo. Hiranyakasipu ficou muito inquieto pensando em qual seria o próximo plano. "Você diz que há um ser superior a mim," disse Hiranyakasipu, "mas onde está Ele? Se Ele está presente em todos os lugares, então por que Ele não está presente nesta pilastra diante a você? Você acha que ele está neste pilar?" "Sim," Prahlada respondeu, "Ele está." A raiva de Hiranyakasipu crescia mais e mais. "Por falar de coisas sem sentido, eu irei cortar sua cabeça do seu corpo. Agora deixe-me ver seu mais adorável Senhor protegendo você. Eu quero vê-lO." Amaldiçoando-o cada vez mais, Hiranyakasipu tomou sua espada, saiu de seu trono, e com grande fúria golpeou primeiro no meio da pilastra. Então, do meio do pilar que ele acabara de cortar apareceu uma maravilhosa forma metade homem, metade leão nunca vista antes. A forma do Senhor era extremamente bela por causa de Seus olhos furiosos, o qual pareciam com ouro fundido; Sua juba brilhante, a qual expandia a refulgência de Sua temerosa face; Seus dentes fatais; e Sua língua afiada como navalha. Senhor Nrsimha então procedeu a batalha com Hiranyakasipu. Finalmente, Senhor Nrsimha capturou Hiranyakasipu o colocou em Seu colo, na porta de entrada de seu palácio. Ele então rasgou o demônio em pedaços com algumas de Suas muitas, muitas mãos e poderosas unhas. A boca do Senhor Nrsimha e juba se tornavam regadas com gotas de sangue, e Seus ferozes olhos, cheios de fúria, eram impossíveis de olhar. Lambendo a margem de Sua boca com Sua língua, o Supremo Senhor, O decorou Ele mesmo com uma guirlanda feita com os intestinos retirados de Hiranyakasipu. Senhor Nrsimha arrancou o coração de Hiranyakasipu e finalmente o lançou aparte e destruiu um exército dos seguidores de Hiranyakasipu. Pela Sua transcendental inteligência, Senhor Nrsimhadeva foi capaz de matar Hiranyakasipu sem contradizer nenhuma das bênçãos dadas pelo Senhor Brahma. A execução não foi nem dentro ou fora, mas na entrada; nem na terra nem no céu, mas no colo do Senhor; nem durante o dia, nem durante a noite, mas no crepúsculo; nem por homem, besta, ou semideus nem por qualquer ser criado, mas pela Personalidade de Deus; e nem por nenhuma arma, mas pelas mãos de lótus do Senhor, aliviando todo o universo das atividades demoníacas de Hiranyakasipu. Tendo sido protegido pelo Senhor, Prahlada Maharaja ofereceu muitas orações ao Senhor com a voz engasgada por amor: "Meu querido Senhor Nrsimhadeva, por favor, por essa razão, permita Sua fúria diminua, agora que meu demoníaco pai Hiranyakasipu foi morto. . . [As pessoas santas] sempre lembrarão da Sua bela e auspiciosa encarnação, para libertá-los do medo. Deste modo, meu Senhor, Você apareceu em variadas encarnações como um ser humano, um animal, um grande santo, um semideus, um peixe ou uma tartaruga, assim mantendo Sua criação em diferentes sistemas planetários e matando os princípios demoníacos." (Veja o Srimad Bhagavatam, 7º Canto, Cap. 1-10).

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