08/09/2013

Abharta kirtan. Babanam Kevalam

A HUMANIDADE ESTÁ NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA



            Na fase primordial da civilização humana, há cerca de um milhão de anos, quando os seres humanos mal haviam se desenvolvido aqui na Terra, os seus cérebros eram pequenos e suas células nervosas tinham capacidade muito limitada para pensar e expressar idéias. Mas agora, os seres humanos são criaturas desenvolvidas; os seus cérebros tiveram um aumento considerável em tamanho, e suas células nervosas estão mais desenvolvidas e podem elaborar mais pensamentos.
            Os seres humanos dessa fase primordial da existência eram quase como animais; havia pouca diferença entre os primatas, os proto-primatas e os humanos. A civilização humana estava na sua fase embrionária; não havia nenhuma vida sócio-econômico-cultural e dificilmente havia qualquer vida espiritual.
            O tempo passou. A humanidade passou por muitas transmutações. As ideias humanas também passaram por mudanças que resultaram no desenvolvimento das células humanas – células protoplásmicas no âmbito físico e células nervosas no campo da intelectualidade. Algumas pessoas se destacaram e se tornaram líderes da sociedade, daí se iniciou a veneração pelos heróis. Esta foi a primeira fase, a fase rudimentar da vida sócio-econômico-cultural humana. Uma grande aceleração da espiritualidade ocorreu e os valores humanos aumentaram. Esta foi uma nova era na existência humana. Mal havia vida econômica, mas havia um pouco de vida social e cultural.
             As metamorfoses continuaram. Era após era se passaram, e muitos eventos marcaram época, alguns muito importantes outros não. O conjunto de todos esses eventos se tornou a história da humanidade pré-histórica.
            Então, finalmente, nessa primeira fase da pré-história, a era da intelectualidade se iniciou. Nessa era certamente havia muito mais extravagâncias intelectuais. Os dogmas tomaram o espaço da simplicidade; e, em nome de tantas fés, crenças e cultos, muitos dogma conduziram a vida social. Esses cultos, crenças e fés não contribuíram para elevar o progresso coletivo dos seres humanos – na verdade, eles prejudicaram a nossa sociedade coletivamente, não apenas em um ponto determinado da Terra mas por todo o mundo. Estes dogmas eram a via principal da vida humana e a maioria da sociedade estava motivada por eles. Aqueles que se guiavam pela racionalidade e resistiam a esses dogmas, eram tratados como pessoas indesejáveis.
            Mas, após essa fase, esses dogmas rapidamente foram substituídos pela racionalidade. Os seres humano com seus cérebros e células nervosas desenvolvidas começaram a sentir que não deviam trabalhar somente para uma tribo, um clã ou uma nação, em particular, mas que deviam trabalhar para a humanidade do cosmo inteiro.
            Porém, mesmo essa visão expandida não será o suficiente para nos fazer merecedores desta forma humana. Na presente era, devemos uma vez mais pensar no que fazer. A humanidade constitui o ápice da existência? Não, não, não, certamente não. O universo não consiste apenas de seres humanos; outras criaturas, outros animais e as plantas também possuem o direito de viver. Portanto, o nosso universo não é o universo dos seres humanos apenas, mas o universo de todos – de todas as entidades criadas, tanto animadas como inanimadas.
            A humanidade está, agora, no limiar de uma nova era. Esta nossa era é a era do neo-humanismo – a humanidade que provê o elixir da vida para cada um e para todos. Nós somos para todos, e com todos os recursos da existência, temos que construir uma sociedade humana, uma sociedade neo-humanista. Portanto, não devemos perder nosso tempo – deve existir máxima utilização de todas as potencialidades humanas. Se nos atrasarmos no cumprimento de nossas obrigações, as nuvens negras da destruição completa subjugará a nossa existência. Devemos estar conscientes disso; e não devemos perder nem mesmo um único momento de nossa valiosa existência.
            Tantos eventos históricos, tantos eventos para entrarem nos anais da história estão por ser criados por nós – devemos assumir esta grande responsabilidade pelas eras futuras. Dogmas, nunca mais; dogma nunca mais – esta é a era do neo-humanismo.
            Os sentimentos de toda humanidade são os mesmos; as expectativas de uma vida digna são as mesmas para todos. As exigências e as necessidades de todos os seres humanos são as mesmas, e assim a humanidade é uma entidade singular — é una e indivisível. Portanto, devemos manter equilíbrio entre os diferentes seres humanos por um desenvolvimento global, sem discriminação de casta, crença ou nacionalidade. Não deve existir nenhuma escassez de água e alimento no mundo. Ainda existem muitos lugares onde há água em abundância, e onde a produção de alimentos pode ser aumentada. Logo, todos esses potenciais podem ser distribuídos por todo o mundo. Em nenhum lugar do mundo as pessoas devem morrer de fome. Nós somos para todos os outros – e todas as coisas são para todas as pessoas.
           Quantos evangelhos da paz, quantos textos e sermões já foram pregados. Mas, os assim-chamados “apóstolos da paz” não foram sinceros em sua missão. Não queremos mais sermões – queremos algo prático para o benefício de toda a raça humana, e, como resultado da elevação de todos os seres humanos, todas as entidades animadas e inanimadas também serão elevadas. Logo, o que é necessário agora é a elevação da mente humana e do espírito humano. Não necessitamos de mais dogmas – necessitamos cada vez mais de racionalidade, de movermo-nos para o objetivo final, Parama Purusá, o Desideratum Supremo, o núcleo universal do cosmos.
            Muitas ondas vibratórias já foram emanadas do Núcleo da ordem cosmológica. Cada existência tem o seu próprio comprimento de onda e ritmo peculiar; porém quando o movimento é na direção da Entidade Suprema, todos os diferentes ritmos se tornam um. Tantas cores existem se movendo, com tantos comprimentos de onda – mas quando elas forem até a Etapa Final Suprema, e todos os ritmos forem unificados, haverá a unidade completa. Não haverá nenhuma heterogeneidade; todas as coisas se tornarão homogêneas na etapa final de nossa marcha universal.
            Portanto, somente o neo-humanismo pode salvar o nosso universo, somente ele pode salvar a existência humana. Assim, devemos agora, cantar as canções do neo-humanismo. Devemos esquecer todos os erros do passado. Temos um futuro radiante – a luz carmim desse futuro está irrompendo pelo horizonte escuro do presente. Devemos dar-lhe as boas-vindas – não há outra alternativa a não ser essa.
            Quando estivermos predispostos à alegria, deveremos distribuí-la por todo o universo – que todos os corações em todo o universo criado dancem em êxtase. Este é o objetivo do momento presente: nós somos para todos, nós somos para o progresso neo-humanista de todo o universo.
           
P.R.SARKAR - (Abhimata, 5/103 – Ranchi/Índia, 26/05/1984)

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