Deus é como uma pessoa cujo sobrenome é Smith. O filho o chama de “pai”, pois vê nele uma manifestação paternal; seu pai o chama de “filho”, pois vê nele uma manifestação filial; o estudante o chama de “senhor”, pois vê nele a manifestação de um mestre; e o homem comum o chama de “Ei, cartola!” pois vê sua cartola como a coisa mais importante. Mas todos esses tratamentos como “pai”, “senhor”ou “Ei, cartola!” são muitas pessoas diferentes? Na realidade isto é o resultado de se ver a mesma pessoa sob diferentes ângulos.
Deus é o Senhor dos objetos criados; Ele é o controlador de todos eles. Esse mesmo Deus dos objetos move-se no útero como embrião e quando nasce, o evento, na verdade, deveria ser chamado de nascimento de Deus, porque todas as criações nada mais são que manifestações do próprio Deus.
Há uma lua, mas seus reflexos, caindo em incontáveis poças de água, parecem incontáveis luas. Nenhuma lua nova nasce. A mesma lua está sendo refletida ou está nascendo em muitos receptáculos. Da mesma forma, o único e mesmo Deus está se manifestando como ilimitadas entidades unitárias em incontáveis receptáculos mentais.
A união de um sádhaka com Deus tem sido expressa com um exemplo excelente. Um rio, não levando em conta seu nome e identidade, é absorvido pelo oceano e dali em diante não pode manter sua própria existência exceto como oceano. Assim também, um sádhaka, depois de fundir-se com Deus, não pode mais pensar em si mesmo senão como Deus. Vendo o rio Ganges podemos dizer que é a água do Ganges. Podemos distinguir a água do Rio Yamuna, ou a água do Rio Sarasvati, mas, uma vez que elas entram no oceano, não podemos separá-las, nem distinguir uma da outra. Apesar disso, elas estão lá. Ambas perderam suas respectivas entidades-nominais na entidade do oceano.
Quando um conhecedor da Verdade se funde ao Ser Supremo, seu pequeno senso de existência se perde e, alcançando unidade com a Entidade Suprema, ele mesmo se torna Supremo. As práticas espirituais são o meio para a expansão da alma, não para sua aniquilação; portanto, sámadhi não significa suicídio, mas auto-transcendência. Quem conheceu Deus torna-se o próprio Deus, pois a entidade unitária toma a mesma forma de seu objeto de ideação. Quem tem Deus como objeto de sua ideação torna-se o próprio Deus.
Se uma boneca de sal for medir a profundidade do oceano, certamente se dissolverá e se tornará o próprio oceano. Da mesma forma, se o conhecedor de Deus for sondar Deus, ele se une ao oceano de Deus e torna-se o próprio Deus. Esteja constantemente absorvido no pensamento de Deus e você também se tornará Deus.
A graça de BáBá - Shrii Shrii Ánandamúrtijii
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