27/09/2013
22/09/2013
Inteligência espiritual: Todos temos um "Ponto de Deus" no cérebro
No início do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava a pessoa ser um gênio se não soubesse lidar com as emoções. Hoje, novas descobertas apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era também no mundo dos negócios
¶No livro QS - Inteligência Espiritual, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo quanto polêmico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia seu trabalho sobre o "quociente espiritual" (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas. O assunto foi abordado em reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune. Afirma Dana: "A inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente espiritual".
Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do livro, e com dois filhos adolescentes. Formada em fí¬sica pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de Oxford. É autora de outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já traduzidos para português. QS – Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no Brasil, pela Record). Dana tem sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho. Dana Zohar concedeu esta entrevista à Revista exame em Porto Alegre, durante o 30º Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento da International Federation of Training and Development Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1 milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo. Eis os principais trechos da entrevista:
O que é inteligência espiritual?
É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.
De que modo essas pesquisas confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?
Os cientistas descobriram que temos um "ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual. Tudo que influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais. Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Qual a diferença entre QE e QS?
É o poder transformador. A inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação. Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções. Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.
Por que somente agora o mundo corporativo se preocupa com isso?
O mundo dos negócios atravessa uma crise de sustentabilidade. Suas atitudes e práticas atuais, centradas apenas em dinheiro, estão devastando o meio ambiente, consumindo recursos finitos, criando desigualdade global, conduzindo a uma crise de liderança nas empresas e destruindo a saúde e o moral das pessoas que trabalham ou cujas vidas são afetadas por elas. Espiritualidade nos negócios significa simplesmente trabalhar com um sentido mais profundo de significado e propósito na comunidade e no mundo, tendo uma perspectiva mais ampla, inspirando seus funcionários. Nós não sabemos mais o que é realmente a vida. Não sabemos qual é o jogo que jogamos nem quais são as regras. Falta-nos um sentido profundo de objetivos e valores fundamentais. Essa crise de significado é a causa principal do estresse na vida moderna e também das doenças.
A busca de sentido é a principal motivação do homem. Quando essa necessidade deixa de ser satisfeita, a vida nos parece vazia. No mundo moderno, a maioria das pessoas não está atendendo a essa necessidade.
Como se pode detectar os sintomas dessa crise na vida corporativa?
Desde o surgimento do capitalismo, há 200 anos, tudo que importa no mundo dos negócios é o lucro imediato. Isso criou uma cultura corporativa destituída de significado e de valores mais profundos. Nós apenas queremos mais dinheiro. Mas para quê? Para quem? Trabalhamos para consumir. É uma vida sem sentido. Isso afeta o moral, tanto dos dirigentes quanto dos empregados, sua produtividade e criatividade. E também afasta dos negócios preocupações mais amplas com o meio ambiente, a comunidade, o planeta e a sustentabilidade. O mundo corporativo é um monstro que se autodestrói porque lhe falta uma estrutura mais ampla de significado, valores e propósitos fundamentais. Há uma profunda relação entre a crise da sociedade moderna e o baixo desenvolvimento da nossa inteligência espiritual.
Quais companhias a têm chamado para desenvolver trabalhos que busquem elevar o quociente espiritual de dirigentes e empregados?
Não posso citar seus nomes, mas tenho atendido a bancos, financeiras, empresas de telecomunicações, de petróleo e montadoras de automóveis. Trabalhamos juntos para adquirir a compreensão de que as atitudes e práticas existentes são insustentáveis e como as empresas podem desenvolver tanto a sustentabilidade como os serviços cultivando as dez qualidades do quociente espiritual.
A senhora poderia citar exemplos de companhias ou empresários que estejam buscando mais sentido em seu trabalho?
Há muitos exemplos. Mats Lederhausen, o vice-presidente de estratégia global do McDonald s, é um deles. Sua função na empresa é ser a voz de protesto e consciência, sacudindo as pessoas, agitando o barco. Ele iniciou projetos como a distribuição gratuita de vacinas antipólio na África, a luta contra plantações geneticamente modificadas, o uso de gaiolas maiores para galinhas e um trabalho para restaurar ecossistemas danificados.
Outro exemplo é a Amul, empresa da Índia que distribui para o Estado de Gujarat o leite de 10 000 cooperativas. A Amul compra todos os dias o leite de camponeses que possuem apenas uma vaca, permitindo que indivíduos pobres possam competir com grandes fazendeiros. O Banco de Desenvolvimento da Ásia se dedica à erradicação da pobreza com programas de micro-crédito para pessoas muito pobres.
A British Petroleum adotou um novo slogan, "Além do Petróleo", e está colocando o grosso de seus fundos de pesquisa no desenvolvimento de tecnologias energéticas alternativas, menos agressivas ao meio ambiente. John Browne, o CEO da companhia, conseguiu aumentar o valor das ações enfatizando relações de longo prazo entre sua empresa e a sociedade.
Como é o líder espiritualmente inteligente?
É um líder inspirado pelo desejo de servir, uma pessoa responsável por trazer visão e valores mais altos aos demais e por lhes mostrar como usá-los. É uma pessoa que inspira as outras. Gente como o Dalai Lama, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi. No mundo dos negócios, Richard Branson, da Virgin, é um líder espiritualmente inteligente. Ele está muito preocupado com o meio ambiente e a comunidade. É muito espontâneo, tem visão e valores, tem perspectivas amplas.
Como se pode desenvolver a inteligência espiritual?
Tomando consciência das dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes e trabalhando para desenvolvê-las. Procurando mais o porquê e as conexões entre as coisas, trazendo para a superfície as suposições que fazemos sobre o sentido delas, tornando-nos mais reflexivos, assumindo responsabilidades, sendo honestos conosco mesmos e mais corajosos. Tornado-nos conscientes de onde estamos, quais são nossas motivações mais profundas. Identificando e eliminando obstáculos. Examinando as numerosas possibilidades, comprometendo-nos com um caminho e permanecendo conscientes de que são muitos os caminhos.
De que forma as pessoas espiritualmente inteligentes podem beneficiar as corporações?
As pessoas com QS elevado querem sempre fazer mais do que se espera delas. Algo para além da empresa. Quem trabalha unicamente por dinheiro não faz o melhor que pode. Nas empresas em que se busca desenvolver espiritualmente os funcionários, a produtividade aumenta porque eles ficam mais motivados, mais criativos e menos estressados. As pessoas dão tudo de si quando se procura um objetivo mais elevado. Se as organizações derem espaço para as pessoas fazerem algo mais, se souberem desenvolver em cada indivíduo sua inteligência espiritual, terão mais resultados e mais rapidamente.
A senhora diz que o capitalismo como se conhece hoje está com os dias contados, mas que um novo capitalismo está nascendo. Como ficam as empresas com essa nova perspectiva?
Está surgindo um novo tipo de empresa. É uma empresa responsável. No novo capitalismo sobreviverão as companhias que têm visão de longo prazo, que se preocupam com o planeta, em desenvolver as pessoas que nelas trabalham. Que se preocupam, sim, com o lucro, mas que querem ganhar dinheiro para desenvolver as comunidades em que atuam, proteger o meio ambiente, propagar educação e saúde.
Dana Zohar identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Segundo ela, essas pessoas:
1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo.
2. São conduzidas por valores humanos. São idealistas e creem na vida.
3. Têm capacidade de encarar desafios e utilizar a adversidade a seu favor.
4. São holísticas - têm a visão do todo integrado e a percepção da unidade.
5. Celebram a diversidade como fonte de beleza e aprendizado.
6. Têm independência de pensamento e comportamento.
7. Perguntam sempre "por quê?" e "para que". São agentes de transformações.
8. Têm capacidade de colocar as coisas e os temas num contexto mais amplo.
9. Têm espontaneidade de gestos e atitudes, e são equilibradas emocionalmente.
10. São sensíveis, fraternas e compassivas.
Entrevista a Suzana Naiditch. Fonte: Revista Exame
18 de Setembro de 2013 às 14:49
Fonte:http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/114890/Intelig%C3%AAncia-espiritual-Todos-temos-um-Ponto-de-Deus-no-c%C3%A9rebro.htm
16/09/2013
09/09/2013
08/09/2013
A HUMANIDADE ESTÁ NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA
Na fase primordial da civilização
humana, há cerca de um milhão de anos, quando os seres humanos mal haviam se
desenvolvido aqui na Terra, os seus cérebros eram pequenos e suas células
nervosas tinham capacidade muito limitada para pensar e expressar idéias. Mas
agora, os seres humanos são criaturas desenvolvidas; os seus cérebros tiveram
um aumento considerável em tamanho, e suas células nervosas estão mais
desenvolvidas e podem elaborar mais pensamentos.
Os seres humanos dessa fase
primordial da existência eram quase como animais; havia pouca diferença entre
os primatas, os proto-primatas e os humanos. A civilização humana estava na sua
fase embrionária; não havia nenhuma vida sócio-econômico-cultural e
dificilmente havia qualquer vida espiritual.
O tempo passou. A humanidade passou
por muitas transmutações. As ideias humanas também passaram por mudanças que
resultaram no desenvolvimento das células humanas – células protoplásmicas no
âmbito físico e células nervosas no campo da intelectualidade. Algumas pessoas
se destacaram e se tornaram líderes da sociedade, daí se iniciou a veneração
pelos heróis. Esta foi a primeira fase, a fase rudimentar da vida
sócio-econômico-cultural humana. Uma grande aceleração da espiritualidade
ocorreu e os valores humanos aumentaram. Esta foi uma nova era na existência
humana. Mal havia vida econômica, mas havia um pouco de vida social e cultural.
As metamorfoses continuaram. Era após era se
passaram, e muitos eventos marcaram época, alguns muito importantes outros não.
O conjunto de todos esses eventos se tornou a história da humanidade
pré-histórica.
Então, finalmente, nessa primeira
fase da pré-história, a era da intelectualidade se iniciou. Nessa era
certamente havia muito mais extravagâncias intelectuais. Os dogmas tomaram o
espaço da simplicidade; e, em nome de tantas fés, crenças e cultos, muitos
dogma conduziram a vida social. Esses cultos, crenças e fés não contribuíram
para elevar o progresso coletivo dos seres humanos – na verdade, eles
prejudicaram a nossa sociedade coletivamente, não apenas em um ponto
determinado da Terra mas por todo o mundo. Estes dogmas eram a via principal da
vida humana e a maioria da sociedade estava motivada por eles. Aqueles que se
guiavam pela racionalidade e resistiam a esses dogmas, eram tratados como
pessoas indesejáveis.
Mas, após essa fase, esses dogmas
rapidamente foram substituídos pela racionalidade. Os seres humano com seus
cérebros e células nervosas desenvolvidas começaram a sentir que não deviam
trabalhar somente para uma tribo, um clã ou uma nação, em particular, mas que
deviam trabalhar para a humanidade do cosmo inteiro.
Porém, mesmo essa visão expandida
não será o suficiente para nos fazer merecedores desta forma humana. Na
presente era, devemos uma vez mais pensar no que fazer. A humanidade constitui
o ápice da existência? Não, não, não, certamente não. O universo não consiste
apenas de seres humanos; outras criaturas, outros animais e as plantas também
possuem o direito de viver. Portanto, o nosso universo não é o universo dos
seres humanos apenas, mas o universo de todos – de todas as entidades criadas,
tanto animadas como inanimadas.
A humanidade está, agora, no limiar
de uma nova era. Esta nossa era é a era do neo-humanismo – a humanidade que
provê o elixir da vida para cada um e para todos. Nós somos para todos, e com
todos os recursos da existência, temos que construir uma sociedade humana, uma
sociedade neo-humanista. Portanto, não devemos perder nosso tempo – deve
existir máxima utilização de todas as potencialidades humanas. Se nos
atrasarmos no cumprimento de nossas obrigações, as nuvens negras da destruição
completa subjugará a nossa existência. Devemos estar conscientes disso; e não
devemos perder nem mesmo um único momento de nossa valiosa existência.
Tantos eventos históricos, tantos
eventos para entrarem nos anais da história estão por ser criados por nós – devemos
assumir esta grande responsabilidade pelas eras futuras. Dogmas, nunca mais;
dogma nunca mais – esta é a era do neo-humanismo.
Os sentimentos de toda humanidade
são os mesmos; as expectativas de uma vida digna são as mesmas para todos. As
exigências e as necessidades de todos os seres humanos são as mesmas, e assim a
humanidade é uma entidade singular — é una e indivisível. Portanto, devemos
manter equilíbrio entre os diferentes seres humanos por um desenvolvimento
global, sem discriminação de casta, crença ou nacionalidade. Não deve existir
nenhuma escassez de água e alimento no mundo. Ainda existem muitos lugares onde
há água em abundância, e onde a produção de alimentos pode ser aumentada. Logo,
todos esses potenciais podem ser distribuídos por todo o mundo. Em nenhum lugar
do mundo as pessoas devem morrer de fome. Nós somos para todos os outros – e
todas as coisas são para todas as pessoas.
Quantos evangelhos da paz, quantos
textos e sermões já foram pregados. Mas, os assim-chamados “apóstolos da paz”
não foram sinceros em sua missão. Não queremos mais sermões – queremos algo
prático para o benefício de toda a raça humana, e, como resultado da elevação
de todos os seres humanos, todas as entidades animadas e inanimadas também
serão elevadas. Logo, o que é necessário agora é a elevação da mente humana e
do espírito humano. Não necessitamos de mais dogmas – necessitamos cada vez
mais de racionalidade, de movermo-nos para o objetivo final, Parama Purusá, o Desideratum Supremo, o
núcleo universal do cosmos.
Muitas ondas vibratórias já foram
emanadas do Núcleo da ordem cosmológica. Cada existência tem o seu próprio
comprimento de onda e ritmo peculiar; porém quando o movimento é na direção da
Entidade Suprema, todos os diferentes ritmos se tornam um. Tantas cores existem
se movendo, com tantos comprimentos de onda – mas quando elas forem até a Etapa
Final Suprema, e todos os ritmos forem unificados, haverá a unidade completa.
Não haverá nenhuma heterogeneidade; todas as coisas se tornarão homogêneas na etapa
final de nossa marcha universal.
Portanto, somente o neo-humanismo
pode salvar o nosso universo, somente ele pode salvar a existência humana.
Assim, devemos agora, cantar as canções do neo-humanismo. Devemos esquecer
todos os erros do passado. Temos um futuro radiante – a luz carmim desse futuro
está irrompendo pelo horizonte escuro do presente. Devemos dar-lhe as
boas-vindas – não há outra alternativa a não ser essa.
Quando estivermos predispostos à
alegria, deveremos distribuí-la por todo o universo – que todos os corações em
todo o universo criado dancem em êxtase. Este é o objetivo do momento presente:
nós somos para todos, nós somos para o progresso neo-humanista de todo o
universo.
P.R.SARKAR - (Abhimata, 5/103 – Ranchi/Índia, 26/05/1984)
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